O Que é a Hipnose?

A hipnose é um estado alterado de consciência caracterizado por um foco intenso, maior suscetibilidade à sugestão e redução da percepção do ambiente ao redor. Durante a hipnose, a pessoa geralmente experimenta um relaxamento profundo e pode se concentrar intensamente em pensamentos, imagens ou comandos sugeridos pelo hipnotizador. Apesar de comumente associada a entretenimento ou práticas terapêuticas, a hipnose é um fenômeno complexo com raízes em estudos científicos e históricos.

A hipnose é utilizada em diversos contextos, como na psicologia, medicina e odontologia, para tratar fobias, ansiedade, dores crônicas e outros transtornos. Ela também é conhecida por seu uso em terapias para parar de fumar, controlar o peso e melhorar o desempenho esportivo ou acadêmico.

História da hipnose

Origens antigas

A prática de induzir estados alterados de consciência remonta a tempos antigos. Registros históricos mostram que culturas como egípcios, gregos e indianos usavam técnicas semelhantes à hipnose em rituais religiosos e de cura. Os “templos do sono” na Grécia Antiga, por exemplo, eram espaços onde pacientes entravam em estados meditativos guiados para receber cura espiritual e física.

Franz Mesmer e o “Magnetismo Animal”

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Franz Anton Mesmer

A hipnose moderna começou a se desenvolver no século XVIII com o médico alemão Franz Anton Mesmer, fundador da hipótese pseudocientífica do magnetismo animal chamada Mesmerismo. Ele acreditava no conceito de “magnetismo animal”, uma força invisível que, segundo ele, poderia ser manipulada para curar doenças. Embora suas teorias tenham sido posteriormente desacreditadas, o trabalho de Mesmer inspirou estudos mais científicos sobre os estados hipnóticos.

James Braid e o termo “Hipnose”

James Braid
James Braid

No século XIX, o médico escocês James Braid (1795-1860), iniciou a hipnose científica. Em 1841, enquanto trabalhava em Manchester, interessou-se pelo mesmerismo e desenvolveu a visão de que o então chamado “sonambulismo magnético” é um sono nervoso induzido pela concentração intensa, descartando a visão tradicional de transmissão de fluidos. Assim, Braid iniciou uma abordagem mais científica do assunto. Ele estudou métodos para induzir a hipnose de forma sistemática e começou a aplicá-la em tratamentos médicos.

James Braid cunhou o termo “hipnose” em 1842, derivado da palavra grega “hypnos”, que significa “sono”. Depois percebeu que a hipnose não era um estado de sono, mas um estado de concentração mental (não se dorme durante o processo).O uso, porém, já os havia consagrado e não mais se conseguiu modificá-los, remanescendo até a atualidade.

Avanços no século XIX e XX

No final do século XIX, médicos e psicólogos, como Jean-Martin Charcot e Sigmund Freud, exploraram a hipnose como uma ferramenta para tratar distúrbios mentais. Freud inicialmente usou a hipnose, mas depois abandonou a técnica em favor da psicanálise. Apesar disso, outros pesquisadores, como Émile Coué e Milton Erickson, desenvolveram abordagens mais sofisticadas para a hipnoterapia.

Milton Erickson, em particular, foi um dos nomes mais influentes no século XX, introduzindo a “hipnose ericksoniana”, que enfatiza sugestões indiretas e metáforas terapêuticas.

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Milton Erickson

Hipnose contemporânea

Atualmente, a hipnose é reconhecida como uma ferramenta legítima na psicologia e na medicina. Estudos neurocientíficos mostram que a hipnose pode alterar a atividade cerebral em áreas relacionadas à percepção, emoção e comportamento. Embora ainda enfrente ceticismo em alguns círculos, sua eficácia em certos contextos terapêuticos é amplamente aceita.

A hipnose continua a evoluir, com avanços na neurociência e na psicologia ajudando a esclarecer seus mecanismos e expandir suas aplicações.

O Que é Hipnoterapia?

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A hipnoterapia é uma prática terapêutica que utiliza a hipnose como ferramenta para promover mudanças emocionais, comportamentais ou físicas. É conduzida por um profissional qualificado, geralmente um hipnoterapeuta ou psicólogo, que induz o cliente a um estado de relaxamento profundo e foco concentrado, conhecido como transe hipnótico.

Nesse estado, o cliente se torna mais receptivo a sugestões positivas e pode explorar aspectos do subconsciente que, no estado normal de consciência, são mais difíceis de acessar. A hipnoterapia é usada para abordar questões psicológicas e fisiológicas, sendo uma abordagem complementar ou alternativa em diversos contextos terapêuticos.

Como Funciona a Hipnoterapia?

Durante uma sessão de hipnoterapia, o profissional utiliza técnicas como relaxamento progressivo, visualizações guiadas e sugestões verbais para ajudar o cliente a entrar em um estado hipnótico. Nesse estado, a mente consciente torna-se menos crítica, permitindo maior acesso ao subconsciente. Isso facilita a reprogramação de crenças limitantes, o gerenciamento de emoções e a alteração de comportamentos indesejados.

Apesar da ideia popular de que a pessoa hipnotizada está “fora de controle”, a hipnoterapia é, na verdade, um processo colaborativo. O cliente mantém o controle e pode optar por sair do estado hipnótico a qualquer momento.

Aplicações da Hipnoterapia

A hipnoterapia é utilizada em diversas áreas, incluindo:

  1. Psicologia e saúde mental:
    • Tratamento de fobias e medos.
    • Redução de ansiedade e estresse.
    • Auxílio no combate à depressão.
    • Tratamento de traumas e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
  2. Comportamentos e hábitos:
    • Controle de vícios, como tabagismo ou compulsão alimentar.
    • Promoção do emagrecimento saudável.
    • Melhoria do sono (insônia ou pesadelos recorrentes).
  3. Gerenciamento da dor:
    • Alívio de dores crônicas (como enxaquecas e fibromialgia).
    • Suporte em procedimentos médicos ou odontológicos.
    • Auxílio em partos naturais (hipnobirthing).
  4. Desenvolvimento pessoal:
    • Aumento da autoconfiança.
    • Melhoria no desempenho acadêmico, esportivo ou profissional.
    • Superação de bloqueios emocionais.

Eficácia e limitações

Estudos mostram que a hipnoterapia pode ser eficaz, especialmente quando combinada com outras abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC). No entanto, sua eficácia depende de fatores como a suscetibilidade do cliente à hipnose, a experiência do terapeuta e o contexto em que é aplicada.

É importante ressaltar que a hipnoterapia não substitui tratamentos médicos ou psicológicos convencionais, especialmente em casos graves. Ela deve ser utilizada como um complemento e realizada por profissionais devidamente qualificados.

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Reconhecimento da Hipnose

A hipnose é reconhecida como uma prática terapêutica válida por diversas organizações profissionais em vários países. Abaixo, apresentamos algumas dessas entidades, juntamente com links para as diretrizes ou declarações correspondentes:

Portugal:

  • Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP):
    • Reconhecimento: A OPP reconhece a hipnose como uma ferramenta válida dentro da prática psicológica, desde que utilizada por profissionais qualificados e com formação específica.
    • Referência: Ordem dos Psicólogos Portugueses

Reino Unido:

  • British Psychological Society (BPS):
    • Reconhecimento: A BPS reconhece a hipnose como uma prática válida dentro da psicologia, promovendo a pesquisa e a formação adequadas na área.
    • Referência: British Psychological Society

Estados Unidos:

  • American Psychological Association (APA):

Canadá:

  • Canadian Federation of Clinical Hypnosis (CFCH):

Austrália:

  • Australian Society of Hypnosis (ASH):
    • Reconhecimento: A ASH é uma organização profissional que promove o uso ético e eficaz da hipnose por profissionais de saúde qualificados.
    • Referência: Australian Society of Hypnosis

Europa:

  • European Society of Hypnosis (ESH):
    • Reconhecimento: A ESH é uma organização que reúne sociedades nacionais de hipnose na Europa, promovendo a prática e a pesquisa na área.
    • Referência: European Society of Hypnosis

Ásia:

  • Asian Society of Hypnosis (ASH):
    • Reconhecimento: A ASH promove a prática e a pesquisa da hipnose em países asiáticos, incentivando a formação adequada de profissionais.
    • Referência: Asian Society of Hypnosis

Diversos conselhos profissionais no Brasil reconhecem a hipnose como uma prática válida e regulamentada dentro de suas respectivas áreas de atuação. Abaixo, apresentamos alguns desses conselhos juntamente com os links para as resoluções correspondentes:

  1. Conselho Federal de Medicina (CFM):
    • Reconhecimento: A hipnose é considerada uma prática médica auxiliar ao diagnóstico e à terapêutica, devendo ser exercida por profissionais devidamente qualificados e sob rigorosos critérios éticos.
    • Resolução: Parecer CFM nº 42/1999
  2. Conselho Federal de Psicologia (CFP):
    • Reconhecimento: A hipnose é reconhecida como um recurso técnico capaz de contribuir na resolução de problemas físicos e psicológicos, podendo ser utilizada por psicólogos desde que comprovada a capacitação.
    • Resolução: Resolução CFP nº 013/2000
  3. Conselho Federal de Odontologia (CFO):
    • Reconhecimento: A hipnose é reconhecida como uma ferramenta clínica auxiliar no tratamento odontológico, desde que o profissional possua a devida capacitação.
    • Resolução: Resolução CFO nº 82/2008
  4. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO):
    • Reconhecimento: A hipnose é reconhecida como recurso terapêutico complementar, podendo ser utilizada por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais devidamente capacitados.
    • Resolução: Resolução COFFITO nº 380/2010
  5. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN):
    • Reconhecimento: A hipnose é reconhecida como uma prática integrativa e complementar, podendo ser utilizada por enfermeiros capacitados como recurso terapêutico.
    • Resolução: Resolução COFEN nº 567/2018
  6. Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa):
    • Reconhecimento: A hipnose é reconhecida como recurso terapêutico auxiliar, podendo ser utilizada por fonoaudiólogos com formação específica na área.
    • Resolução: Resolução CFFa nº 541/2019

É importante salientar que, para a prática da hipnose, os profissionais devem possuir a devida capacitação e seguir os critérios éticos estabelecidos por seus respectivos conselhos.

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